sábado, 26 de março de 2011

Um dia na vida de um Terapeuta da Fala

Talvez a perturbação mais comummente associada à terapia da fala seja a gaguez (disfluência), na qual o terapeuta desenvolve um programa de exercícios no sentido de minimizar as dificuldades de fluência e, se necessário, sugere o acompanhamento por parte de um psicólogo. Claro está, que com a evolução da profissão e o surgimento de novas necessidades, os terapeutas da fala passaram a abranger muitas mais perturbações, resultantes, por exemplo, de perda auditiva, acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico, paralisia cerebral, doenças degenerativas, entre muitas outras.

Actualmente, o terapeuta da fala é um especialista formado e treinado para diagnosticar e intervir nas perturbações da comunicação, linguagem, fala (articulação verbal, voz, fluência), motricidade orofacial e deglutição.

Os terapeutas da fala vão efectuando registos criteriosos sobre a avaliação e o progresso dos pacientes, o que lhes permite desenvolver e implementar intervenções individualizadas, baseadas também nas informações recolhidas junto da família e de outros profissionais (psicólogos, professores, terapeutas, etc). De facto, atendendo a que as perturbações da fala, linguagem e deglutição estão frequentemente relacionadas com alterações neurológicas, psicológicas e motoras, os terapeutas da fala têm de conseguir trabalhar e articular com uma equipa de profissionais muito vasta, que pode incluir outros profissionais de saúde como médicos fisiatras, neurologistas, pediatras, gastroenterologistas, psiquiatras e enfermeiros.

Faz também parte do trabalho do terapeuta da fala aconselhar o paciente e a família sobre a perturbação que apresenta e como lidar com ela no dia-a-dia. O terapeuta sugere, ensina e treina as famílias nas tarefas e técnicas que devem utilizar em casa, alterando comportamentos que impedem a comunicação.

Em todo este processo, os terapeutas da fala têm de compreender e criar empatia com pacientes e famílias que têm de gerir uma série de forças emocionais implicadas neste tipo de alterações.

Os terapeutas devem monitorizar o progresso dos pacientes, eliminando e adequando procedimentos que se demonstrem mais eficientes, consoante a evolução. A capacidade de tomar decisões fundamentada pode definir o sucesso ou insucesso de um plano de intervenção.

Embora o trabalho de um terapeuta da fala não seja fisicamente exigente, requer planeamento e análise meticulosos e constantes e, ainda que em alguns casos os progressos possam ser morosos, os resultados podem ser proporcionalmente recompensadores.

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